Um manifesto sobre o arquivo e sua relação com a casa

Uma casa, uma estruta na qual se assemelha a um arquivo...

Na sua essência algo que é comum que joga com várias peças e divisões.

Uma Casa...

Uma casa...

A casa é o meu modo de ver o arquivo, podendo ela ser diferente para casa pessoa.

Ela sofre mutações dependendo do sujeito que a interpreta.

Centro a minha investigação sobre este modelo de casa e na sua exploração das suas divisões.

Os diversos objetos que poderei encontrar nela são distintos, ou imaginá-los de diferentes formas e matérias.

E qual será o corpo que a casa tomará num possível final?

Uma casa?

Um livro?

Um filme?

Ou alguma coisa com materialidade de expansão num espaço?

Na verdade ainda nao sei, vai depender do que encontrar dentro dela à medida que a vou construindo

Na verdade, penso que o exterior da casa se assemelha com o gato de Schrodinger,

uma matéria num estado constante de superposição.

A matéria crua que é encontrada ou por vezes criada…

Esta matéria por vezes é vista apenas como uma ferramenta de documentação de instrução à leitura da ciência

Mas penso que existe o outro lado onde se pode fazer muito mais, a manipulação da matéria é onde está a diversão.

Matéria forte…

que pode manipular um pensamento....

proibidas e censuradas que no presente são banais

por vezes a matéria proporciona cópias perigosas e insubmissas de uma realidade

Mesmo conceptualizando o facto de que esta matéria que se encontra numa casa, pode não ter génese, ser simplesmente de um domínio que existe e que na sua essência é uma representação estranha

[Fotografias de PASSE]

até mesmo formas estranhas de representação de figuras abstratas não humanas

Claro que existem incertezas na matéria fotográfica, provavelmente um número infinito. Tal como uma força centrípeta que tende para expandir, mas que acabam sempre a apontar para um interior, para as profundezas da imagem.

Por mais detalhe que possamos tirar de uma imagem, nem sempre vemos o que pretendemos, nem conseguimos alcançar o seu verdadeiro centro.

(imagem nasa abstrata)

Claro que existem coisas que vemos em fotografia que por vezes nem estão lá… fotografias são afinal apenas representações de coisas reais.

A fotografia quando ganha a sua materialidade, retratam coisas que já cá estiveram, mesmo que já não estejam.

Eram reais.

As coisas fotográficas, mesmo nas fotografias contemporâneas, são sempre um pouco inacessíveis. Não as podemos absorver porque não as podemos apanhar.

Mas podemos ver que objetos são produzidos por outros que constroem casas diferentes da minha, estes obejtos fazem parte do mundo artistico, que se materializam em diversas materias...

Percebo que na minha investigação sobre o arquivo que a metáfora da casa anda sempre lado a lado comigo,

Talvez pelo facto de já ter passado por muitas habitações

Mas também vejo a oportunidade quando chego a uma nova casa de a reorganizar e desmontar e volta-la a associar com a anterior.

Mas caio no risco de as construir todas iguais?

Se for caso talvez falta um pouco de loucura e de pensamentos soltos que dão formas diferentes

Sendo a morte da matéria a sua nova vida

Não havendo o descartar de um vazio que muitas imagens nos trazem

Pensando a luz como a destruição da matéria transparente por não projetar nenhuma sombra que fará com que a imagem apareça e uma a zona cinzenta que ocorre dá uma indefinição de significado da imagem, e por fim a sombra como uma definição e o assentar da suspensão de uma imagem.

Claro que este esquema pode ser eventualmente invertido caso falemos de uma matéria opaca que precisa de luz para ser legível, a zona cinzenta permanece na suspensão de uma indeterminação de um significado e sombra a ausência dessa mesma imagem tal como uma casa.

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